quinta-feira, 29 de julho de 2010

INVEJA DOS ANJOS EM RIBEIRÃO

Thales Coutinho e Patrícia Selonk em "Inveja dos Anjos"

O grupo Armazém Companhia de Teatro faz curta temporada, de sexta-feira (30) a domingo (1º/8), no Teatro Municipal, em Ribeirão Preto, com o espetáculo “Inveja dos Anjos”. A montagem que estreou no final de 2008 já percorreu mais de 12 Estados brasileiros.
No palco, os atores dirigidos por Paulo de Moraes abordam os diálogos das relações em família, do amor e da amizade narradas por meio de contradições, desesperos, perseveranças e epifanias. A trama começa com os amigos Tomás, Cecília e Luisa, discutindo suas memórias e se desenrola unindo as experiências de vida de um carteiro, de pais e filhos e de um casal.
Depois de duas bem-sucedidas montagens de grandes nomes da dramaturgia - Bertolt Brecht e Nelson Rodrigues – a Companhia, que é patrocinada pelo Programa Petrobras Cultural (PPC) desde 2000, volta a construir espetáculos por meio de pesquisas temáticas e formais.
O poeta Maurício Arruda Mendonça e o diretor Paulo de Moraes são responsáveis pela dramaturgia da peça que venceu o Prêmio Shell de Teatro 2008 nas categorias de Melhor Autor e Melhor Atriz (Patrícia Selonk). A montagem também levou os troféus de Melhor Espetáculo e Melhor Iluminação (Maneco Quinderé) no Prêmio APTR 2008, realizado pela Associação dos Produtores de Teatro do Rio de Janeiro.
As apresentações acontecem sexta e sábado, às 21h, e domingo, às 20h. Os ingressos custam R$ 30 e R$ 15 (estudantes, pessoas com mais de 60 anos, clientes do Cartão Petrobras na compra de até dois ingressos). O Teatro Municipal fica na Praça Alto de São Bento, s/nº, Jardim Mosteiro. Informações pelo telefone (16) 3625-6841.

(publicado em EPTV.COM - Lazer e Cultura - 28/07/2010)

quarta-feira, 21 de julho de 2010

CONCHA ACÚSTICA

Centro histórico de Londrina. Uma visão da Concha Acústica e de parte do Edifício Comendador Júlio Fuganti na noite de inverno sem frio. No passado a Concha foi o palco privilegiado da apresentações de artistas e de comícios históricos. (clique na imagem pra ver melhor)

CEREJEIRAS EM FLOR


Ontem dei de cara com belos espécimes de cerejeira, a emblemática árvore japonesa, plantada numa calçada. Uma florada realmente linda. Lembrei-me de um célebre haikai não sei de quem, talvez de Bashô:
debaixo de uma cerejeira em flor

me sinto dentro

de uma peça nô

segunda-feira, 19 de julho de 2010

A LUA DESTA NOITE



Com a massa gelada, a noite esfriou, e a lua arrepiou brilhando sob as sedas de nuvens fugitivas. A noite envolveu-se de halos e silêncios súbitos no jardim rompidos por ecos remotos de cães latindo nos portões. A lua de inverno que captei na foto me lembrou uma gravura de Doré.

A APROXIMAÇÃO DA FRENTE FRIA


domingo, 18 de julho de 2010

BÁRBARA MOON


CÉU DOMINICAL


As nuvens desse domingo de inverno continuam dramáticas.

sábado, 17 de julho de 2010

NUVENS DE FRIO


É difícil captar as belezas do céu. No final da tarde de hoje foi assim. Um espetáculo de nuvens viajando. Pela primeira vez abriu uma vista parcial de céu límpido, depois de dias de chuva. Fotografei um pequeno instante da dança das nuvens. Pra ver melhor é só clicar na imagem, fi.

sexta-feira, 16 de julho de 2010

"ANTES" ABRE O RIO PRETO

Marcelo Guerra e Patrícia Selonk em "Antes" (foto: Rosi Caires)

O ator Thales Coutinho na estréia de "Antes" no FIT
(foto: Fabrício Brisola)

ESPETÁCULO "ANTES" ABRIU O FIT 2010

AqueleSite Eventos e Cultura
16/07/2010

Isabela Abê de Jesus

"Sem dúvidas, a décima edição do FIT começou com todo o brilho e grandiosidade que um evento internacional deve ter. Cerca de cinco mil pessoas lotaram o Anfiteatro da Represa para assistir ao espetáculo de abertura, “Antes”, da Armazém Cia. de Teatro, criado exclusivamente para o FIT.

Certamente, ao assistirem a uma peça que retrata os pequenos acontecimentos e as primeiras sensações da vida cotidiana, muitos espectadores se identificaram com alguma das situações representadas na peça. O espetáculo tratou também das relações intra e interpessoais, de forma bastante interessante: cada personagem que assistia a simulações de sua própria vida apresentava ao público uma forma de relacionamento, tanto consigo mesmo quanto com outras pessoas.
Se a abertura foi um sucesso, o FIT 2010 promete muito mais! Se você não conseguiu adquirir seus ingressos, aproveite para curtir os espetáculos gratuitos!"

SAM SHEPARD EM CURITIBA

Malvino Salvador é o perturbado Jake na peça de Sam Shepard
(Foto: Marcelo Faustini)

De volta à estrada, a peça Mente Mentira de Sam Shepard chega a Curitiba para duas apresentações no Teatro Guaíra hoje (16/07) e amanhã (17/07) às 21 horas.

"MENTE MENTIRA" de Sam Shepard

Título Original: "A Lie Of The Mind"

Tradução: Maurício Arruda Mendonça

Direção: Paulo de Moraes

Elenco

Malvino Salvador
Fernanda Machado
Zécarlos Machado
Malu Valle
Roza Grobman
Keli Freitas
Marcos Martins
Augusto Zacchi

Iluminação: Maneco Quinderé
Figurinos: Rita Murtinho
Música original: Ricco VianaCenografia: Paulo de Moraes e Carla Berri
Preparação Corporal: Patrícia Selonk
Preparação Vocal: Simone Mazzer
Dramaturgista: Maurício Arruda Mendonça

Direção de Produção: Fábio Glingani e Malvino Salvador
Produção Executiva: Taís Somaio
Assistente de Produção: Gustavo Borges
Realização: Mondo Caos Entretenimento

quinta-feira, 15 de julho de 2010

ARMAZEM ESTREIA "ANTES" HOJE À NOITE

Cenário do espetáculo "Antes" do Armazém (foto: Ferdinando Ramos)

ARMAZÉM ENCENA PARA 5 MIL PESSOAS

DIÁRIO DA REGIÃO
São José do Rio Preto 15 de junho de 2010
Vivian Lima

As primeiras sensações, criação e a potência primordial do ser humano, capaz de dar aos sonhos aspecto real. Todos esses elementos estarão reunidos no espetáculo “Antes”, que será apresentado durante a abertura do Festival Internacional de Teatro (FIT), hoje, às 20 horas.

A montagem é da Armazém Companhia de Teatro, do Rio de Janeiro. Foi feita especialmente para o festival. O diretor do grupo, Paulo de Moraes, recebeu convite da curadoria do FIT há dois meses e meio e aceitou o desafio de criar, pela primeira vez na história da companhia, um espetáculo em tão curto espaço de tempo para um local já determinado, justamente no momento em que estava envolvido com a direção de outro grupo na capital fluminense.


Paulo de Moraes: "Estamos perguntando que teatro é esse?" (Foto: Ferdinando Ramos)

“Foi um desafio delicioso, algo a céu aberto, para cinco mil pessoas. Fazer a abertura tem uma conotação diferente. É para muita gente. A comunicação é com diferentes faixas de público”, diz Moraes. Para conceber “Antes” dentro do prazo, a Armazém foi buscar em uma temática que já vinha pesquisando - as primeiras sensações, a potência individual - as referências para a peça.

O texto é de Moraes e Maurício Arruda Mendonça, parceiro em quase todos os trabalhos consagrados do grupo. “A gente criou a história do espectro de um velho ator que habita as ruínas de um teatro abandonado. Sentindo-se solitário lá dentro, ele invoca uma grande tempestade e com ela algumas pessoas entram nesse teatro, que começa a ter vida de novo.”

O cenário montado no palco do anfiteatro “Nelson Castro”, na Represa, retrata bem um teatro abandonado: piano quebrado, refletores, figurinos espalhados, espelhos e areia. “É como se o teatro estivesse invadido pela destruição, pela areia, mas lá dentro ainda repousasse a ideia de uma pequena ilha.

Moraes explica que a peça fala sobre criação, representação, e que acaba revisitando várias fases da Armazém. Como influência para a montagem de “Antes”, Moraes cita o documentário “O Equilibrista”, de James Marsh, sobre um jovem que atravessou em uma corda bamba o espaço entre as Torres Gêmeas, em Nova York.

“Esse filme foi muito importante porque ele resgata essa ideia de potência primordial, aquele momento da vida em que tudo parece absolutamente possível. Todos os sonhos têm um aspecto muito real, em que a possibilidade parece muito maior que a impossibilidade. Isso faz parte do que a gente tenta discutir no espetáculo, essa potência inicial que a gente tem enquanto indivíduo.”

A atriz Simone Mazzer afirma que fazer “Antes” foi diferente de tudo que a companhia já havia realizado. “Estamos acostumados a processos que duram seis, nove meses. Foi um risco desde o começo, mas a gente é meio atrevido. Isso trouxe um outro tipo de frescor, nos chacoalhou.” Simone fala também sobre como a peça contribui para o conceito do festival, que este ano é a conquista da singularidade. “A singularidade aparece na questão da narrativa. Que teatro é esse que a gente faz? Como a gente habita esse lugar?” Moraes complementa: “Não damos a resposta. Estamos perguntando que teatro é esse?”

FRIO E CHUVOSO


olhando pro alto
o céu derrama
um colírio cinza

quarta-feira, 14 de julho de 2010

PRIMEIRA FRENTE FRIA DO INVERNO


Uma massa espiralando no céu de Marialva-PR. Nuvens da frente fria se aproximando velozmente no último sábado. Essa frente derrubaria a temperatura em pelo menos 15 graus.

OLHO DA CASA


Janela de casa de tábua

olhando para você

na tarde fria

e os desavisados tremeram

porque esqueceram

suas blusas

nalgum canto da casa

de tábua

que você olha

mas não crê

HARUO OHARA



Simplesmente emocionante a exposição das fotos do genial Haruo Ohara no Museu Histórico de Londrina. Entre tantas fotos maravilhosas do mestre japonês, brasileiro (este encontro de culturas que Londrina possibiltou e formou sua sensibilidade...) emocionou-me a sessão de retratos. Ohara soube como ninguém captar a luz que se derrama sobre um ser humano e o eterniza num segundo ou centésimo de segundo. Estou querendo muito ver o filme sobre Haruo dirigido pelo grande Rodrigo Grota. Deve ser um bela homenagem.

terça-feira, 13 de julho de 2010

ARMAZÉM ESTREIA EM RIO PRETO

Patrícia Selonk ensaia "Antes" na sede do Armazém (Foto: Lenise Pinheiro)

Mesmo para uma companhia experiente e premiada como a Armazém -- com 23 anos de história e uma equipe coesa --, criar, montar e ensaiar uma peça em menos de dois meses para apresentar em um espaço para 5.000 pessoas não é tarefa fácil.
Mas, a pedido do FIT (Festival Internacional de Teatro de São José do Rio Preto), que tem neste ano como proposta apresentar obras singulares e inovadoras, o desafio foi aceito pelo grupo, sediado no Rio, e a peça "Antes" será apresentada nesta quinta-feira (15/07), na abertura do festival.
Com a tradição de abrir com espetáculos de rua, em geral de grupos estrangeiros, é a primeira vez que o FIT (em sua 10ª edição no formato internacional) convida uma companhia para criar obra original para o evento.
"Era muito arriscado, mas eu adorei a proposta", diz o diretor da Armazém, Paulo de Moraes. "A ideia era aprofundar a pesquisa que o grupo já vinha fazendo e ver como ela resultava naquele grande espaço ao ar livre, sem a preocupação de ter apelo popular."
Por acaso, a pesquisa que vinha sendo desenvolvida pelo grupo tinha como grande inspiração o filme "O Equilibrista", que conta a história real de um homem que atravessou as Torres Gêmeas por uma corda de aço.
Segundo Moraes, era aquele o tipo de sensação que eles buscavam: a potência dos momentos em que nos sentimos fortes como indivíduos e em que tudo parece possível.
Assim, o desafio de fazer a peça "mais rápida" da história da Armazém (que ainda não estava pronta até o fim de semana) soou coerente.
"A imagem que está influenciando é o cara na corda bamba. A gente tem que correr o risco também." E diz, rindo: "E a gente está fazendo o que mais gosta na vida, que é teatro. Ruim seria correr risco fazendo uma cirurgia médica...".
Por trás do desafio, a Armazém tem a segurança de um currículo com, entre outros, o Prêmio Shell 2008 de melhor atriz para Patrícia Selonk e de melhor autor para Paulo de Moraes e Maurício Arruda Mendonça, por "Inveja dos Anjos".

Na narrativa resultante do processo, "Antes" se passa nas ruínas de um teatro abandonado, onde ronda o espectro de um velho ator morto (interpretado por Ricardo Martins.
Infeliz com a solidão, ele resolve trazer vida para o local e atrai três personagens que, aos poucos, nos revelam ter ligações com diferentes momentos de sua vida.
Pela primeira vez, a Armazém se utiliza de trilha sonora ao vivo, com uma guitarra permeando toda a peça.

Marcos Grispun Ferraz - Ilustrada - Folha de São Paulo 13/07/2010

quarta-feira, 7 de julho de 2010

NUVENS DE VOLTA

Depois de vários dias sem um único fiapo de nuvem no céu, eis que elas reapereceram hoje. Na foto um amontoado de nuvens de gelo pairando sob o oeste.

terça-feira, 6 de julho de 2010

CLAUDIO DA COSTA

"Bananalidades"

"Oh my universe is all stars"

Conheci o Claudio da Costa em 1996. Desde os primeiros papos percebi que se tratava de um artista com um sensibilidade muito legal, um cara formado em atropologia na Unicamp, mas sobretudo artista plástico, designer criado em nas grandes agências de São Paulo, e que fez trabalhos incríveis como o design da bola da penalty dos velhos tempos, a logo do FILO (Festival Internacional de Londrina), entre muitas outras coisas. Mas naquele começo de amizade me chamava a atenção a articulação poética de suas idéias, as referências múltiplas, e a sua verve expressionista em quadros arrebatadores. Depois dessa fase, Claudinho deu um tempo e, antenado como é, recomeçou a pintar digitalmente - o que se traduziu numa forma concentração onde suas pinceladas amplas e absolutamente físicas, foram adaptadas para sutis movimentos de mão no pincel ótico. Foi então que fizemos um belo trabalho juntos numa série de infografias. Claudio colhia imagens na rua, tipo gatos atropelados, ou em açougues, com um monte de pés de porcos, e aplicava a sua verve transformando em imagens impressionantes com poemas e frases manuscritas de minha autoria. Grande trabalho. Depois Claudio ainda faria duas capas para meus livros, e material gráfico da peça "O Misantropo" de Molière que dirigi em 2001.
Foi uma época bacana essa de 96 a 99. Eu andava os velhos amigos por perto, pois foi uma fase em que todos eles foram embora de Londrina, então tive o privilégio de conviver muito com o Claudio, marcando ponto em seu estúdio.
Quando estive em Araraquara, em maio agora, para a estréia de "Mente Mentira", lembrei-me do Claudinho da Costa que também viveu uns tempos lá. De volta a Londrina fui até a casa dele aqui pertinho pois fazia um tempão que eu não o via. Encontrei-o feliz e com a noticia de que voltou a pintar telas, e que agora tava disponibilizando seus trabalhos no mercado digital através de um site, afinal ninguém é de ferro e é preciso sobreviver com o que fazemos de melhor. Agora estou na expectativa de ver os resultados dessa nova fase do Claudio que deverá ser uma depuração de seu expressionismo pop que tenta eternizar em as coisas banais de nossa cotidianidade.
Pra quem quer conhecer o trabalho do Claudio tem um link aí ao lado. Pra adquirir as obras entrem aqui no http://www.totalpaintingandart.com/

domingo, 4 de julho de 2010

INVERNO SECO


A árvore Melia azedarach é uma árvore nativa do Oriente. Ele é conhecida como Loureiro-grego, Lírio-da-Índia, Cedro-do-Ceilão, Lilás-das-Antilhas, Cinamomo, Margosa, Niumbó e Santa Bárbara. Essa árvore viajou muito até chamar-se Santa Bárbara. E por que Santa Bárbara? Seria a árvore de Oyá, a orixá do Rio Níger? Seria por que ela seus galhos e troncos se partam com facilidade nas tempestades? Fico maquinando essa origem. No detalhe seus cachos de pequenos frutos ao sol do inverno londrinense.

A PERENIDADE DE ROBERTO PIVA


A VIDA REAL ME CARREGA NO AR COMO UM GIGANTESCO ABUTRE

A verdade dos deuses
carnais como nós & lânguidos
não provém do nada
mas do desejo trovejante do coração
partido pelo amor
em sua disparada pelo rosto de um
adolescente
com sua fúria delicada
cruzo avenida insones & corroídas
de chuva
minha mão alcança minha dor
presente
& me preparo para um dia duro
amargo & pegajoso
a tarde desaba seu azul sobre
os telhados do mundo
você não veio ao nosso encontro & e eu
morro um pouco & me encontro só
numa cidade de muros
você talvez não saiba do ritual
do amor com uma fonte
a água que corre não correrá
jamais a mesma até o poente
minha dor é um anjo ferido
de morte
você um pequeno deus verde
& rigoroso
horários de morte cidades cemitérios
a morte é a ordem do dia
a noite vem raptar o que
sobra de um soluço.


Roberto
Piva se foi ontem. Era um dos maiores poetas brasileiros. Lembro-me de ouvir Haroldo de Campos elogiando a poesia de Piva, suas metáforas brilhantes, sua métrica espraiada, e principalmente a liberdade de sua lírica homoerótica. Ouvir isso de um erudito como Haroldo (que devia ter levado um Nobel, com justiça) era uma surpresa pela abertura de visão da poesia brasileira, e pela confirmação de que Roberto Piva era um dos grandes. Sua poesia rebelde, surreal, dionisíaca, permanecerá pra sempre. Uma antologia séria dos principais poemas brasileiros de todos os tempos certamente figurará a obra-prima "A Vida Real Me Carrega no Ar..." de Robero Piva.


sábado, 3 de julho de 2010

MARADONAZO!


Ele perdeu. E perdeu feio. Estava no comando da poderosa seleção Argentina e levou uma goleada histórica, uma tremenda lavada dos alemães, com toda a justiça e mérito. A jovem Alemanha onde craques arianos e negros vibram juntos, que jogam sob o comando de um técnico de origem judaica e, de carreira futebolística discreta e, segundo consta, homossexual sem problemas. Sim. Foi um maradonazo. Porém, Maradona caiu de pé. Dunga, o técnico machão da sempre esfuziante seleção brasileira, mal ouviu o apito final contra a Holanda, levantou-se e dirigiu-se apressadamente para o vestiário, emputecido e ensimesmado diante da eliminação por 2 a 1. Diego não. Diego Armando Maradona não. Os quatro humilhantes gols não foram suficientes para derrotá-lo. Ele esperou seus jogadores na beira do gramado. Abraçou um a um dizendo palavras de conforto e incentivo. Num extremo, não tolerou insultos e quis sair sozinho na porrada com ridículos torcedores alemães que não sabem respeitar um verdadeiro deus da bola. Na cena, tragicômica por sinal, Maradona é contido pela doce mão de sua linda filha Dalma.

A MEIO-PAU

O sol se põe: uma estrela escapa

Claro, todos tínhamos expectativas para o tradicional duelo Brasil X Holanda ocorrido ontem. Era o primeiro confronto sério que nossa seleção iria ter pela frente. Por mais que todos estivéssemos insatisfeitos com as convocações de Dom Dunga de Los Pampas, era o Brasil, e a Holanda que voltasse pra casa chupando dedo. Francamente, eu deveria ter desconfiado que seria uma jornada inglória para o nosso futebol quando soube que o José Serra (PSDB) estaria assistindo a partida justamente aqui em Londrina. Mas enfim o primeiro tempo foi de brilhantismo, raça e inteligência tática, pois o Dunga parecia ter estudado a Holanda às pampas. Felipe Mello deu um passe à la Gerson e Robinho marcou um golaço. Parecia que a coisa agora ia. Porém, quando todos imaginávamos um segundo tempo de gala, tudo ruiu. Não preciso reportar o resto.
Falar mal do Dunga, crucificar o gaúcho por ter sido um ditador, um estóico da bola é besteira. Na ponta do lápis, os seus inquestionáveis resultados. Mas tenho pra mim que toda a imprensa e toda crítica não toca no ponto fundamental: o responsável por essa morte do futebol brasileiro sempre foi e será o megacartola Ricardo Teixeira. O Brasil se ferrar dá lucro pra ele. Por isso aquela medida demagógica e autodestrutiva de chamar Dunga pra técnico após a farra de 2006. Que experiência o cidadão Carlos Caetano Bledorn Verri, tinha como comandante e estrategista? E o que dizer do conselheiro Jorginho, excelente lateral direito, nosso primeiro atleta-pastor, mas tão anticristãmente virulento e agressivo quanto Dunga?
Em todo caso essa Copa da Africa do Sul 2010 serviu para duas coisas: perceber que imensa quantidade de truculentos que apoiam o jeito estúpido de ser irracional do Dunga, pela aprovação de 69% dos brasileiros (antes da partida contra a Holanda, claro); e pela altíssima taxa de rejeição da Rede Globo de Televisão, demosntrada pelas campanhas "Cala boca Galvão", "Cala boca Tadeu Schmidt" e pelos mesmos 69%, - já que junto com esse povo que apoiava Dunga estavama aqueles absolutamente contra a emissora carioca e sua equipe. Definitivamente a a Copa 2010 é um marco da derrocada da Globo. Ela não tem mais aquele moral com sua cobertura de "show" do esporte. Vão ter de voltar a fazer jornalismo sério se quiserem sobreviver. Outra lição da nova Era Dunga que se encerra: a simbiose realmente perfeita entre estoicismo, crenças evangélicas não-tradicionais e discurso patriótico de cunho militarista. Tudo isso rendeu união, lágrimas solidárias e panegíricos em louvor ao líder supremo Dunga.
Quanto ao futuro da seleção, penso o pior. Acho que Ricardo Teixeira vai jogar o time nas mãos do Leonardo, aquele "craque" com pinta de galã em 1994, e que foi corretamente expulso por desferir uma cotovelada que afundou o osso malar de um adversário em plena Copa (Leonardo foi o nosso Felipe Melo de 94). Influente dentro do Milan, Leonardo chegou recentemente a técnico do clube italiano, mas foi rapidamente defenestrado pelo Berlusconi. Tempos atrás tive uma péssima impressão do Leonardo numa aparição dele no programa do Galvão Bueno, quando o vi simplesmente, invejosamente, detonando o sublime Ronaldinho Gaúcho (sempre será um craque independentemente da fase e, lembremos, ele foi campeão mundial em 2002). Achei o cúmulo da falta de ética profissional desse Leonardo queimar o colega. Mas tudo bem. Quando se trata da seleção a gente não deve esperar muito mesmo. Como se sabe, o Dr. Ricardo Teixeira não gosta de futebol. Aliás, por que razão ele teria entrado cantando no vestiário do Brasil logo após nossa derrota para a Holanda?

quinta-feira, 1 de julho de 2010

FLOR DE MAIO EM JULHO

No jardim a Flor-de Maio não abriu em maio, mas floresceu em junho, tendo seu auge na lua cheia do dia 26. Agora ela já está fenecendo nesse começo de julho. O que foi que mudou? Em todo caso, contamos com a beleza delas a nos fazer companhia nestes dias de pouca luz e algum frio. A Flor-de-maio tem uma floração muito curta e isso me faz sempre lembrar de um poema do mestre Antônio Ubirajara Lopes que integra seu primeiro livro "Jardim da Vida":


gostaria de ser

flor-de-maio

quando bate

tristeza danada


MINOR WHITE


"Dois celeiros e sombra nas vizinhanças de Naples e Dansville - NY" esse é o título dessa belissima fotografia realizada por um dos grandes mestres norte-americanos que mais admiro: Minor White (1908-1976). O registro do céu, das nuvens, do clima de final de outono é do ano de 1955.

BERNÚNCIA


"Que dê ela, onde está?
Manda ela pra cá
Que venha brincar
A Bernúncia é danada
A Bernúncia engole gente
E é boa pra pular
Arretira, Bernúncia
Arretira pra fora
Que nós temos que ir embora
Bernúncia!"


(Foto da Bernúncia em Festa Junina tirada no último domingo)